domingo, 20 de setembro de 2009

O HOMEM UM SER RACIONAL E SOCIAL

O homem é um ser racional, pois é esse princípio que o diferencia dos outros animais, ou como afirmava Aristóteles, ’’um animal político. ’’ Logo a razão é o que move o ser humano, todas as atitudes, vida cotidiana, problemas e etc. Tudo estar em volta da razão humana, à vida do homem em sociedade é medida na razão. A razão é a idéia de distinção de certo e errado, consciência humana.
A razão nos auxilia no descobrimento das coisas, no conhecimento (saber), pois nos conduz a várias façanhas em sociedade, criar, destruir, a razão nos leva a ambas as coisas. O homem como ser racional é dotado de defeitos, qualidades, onde são gerados através da consciência (razão). Logo á razão é quem conduz o homem em sociedade, a razão não determina nem condiciona a sociedade (como julga Hegel), mais é determinada e condicionada pela sociedade e suas mudanças. Desde deus primórdios, a filosofia considera que a razão opera seguindo certos princípios que ela própria estabelece e que estão em concordância com a própria realidade, mesmo quando os empregamos sem conhecê-los explicitamente. O conhecimento racional obedece a certas regras ou leis fundamentais que respeitamos até mesmo quando não conhecemos diretamente quais são e o que são. Nós as respeitamos por que somos seres racionais e por que são princípios que garantem que a realidade é racional. Alguns filósofos afirmam que tudo que é percebido, tocado é racional, por exemplo: o homem é um Ser racional, logo existe, um livro é racional, pois vemos e tocamos tal, a matemática definiu o triângulo determinando sua identidade como figura de três lados e de três ângulos internos cuja soma é igual á soma de dois ângulos retos, nenhuma outra figura a não ser essa poderá ser chamada de triangulo, esse exemplo é um principio racional da identidade, logo pertinente para o homem que também assume uma identidade em sociedade, ele afirma que uma coisa, seja ela qual for tem sua identidade nas suas condições, racionais.
O homem cria tudo aparti de sua consciência (razão), a ciência, tecnologia e até mesmo a religião é fruto da razão humana, o ser humano é um ser criador, não divino como Deus, mais criador das” coisas”.
Luiz Fernando
2ª de Filosofia

sábado, 19 de setembro de 2009

Karl Marx e o Capitalismo

Filósofo e economista, o judeu-alemão, Karl Marx foi um dos maiores pensadores do século XIX. Marx tinha uma visão otimista dos destinos da humanidade, acreditando ser possível que na batalha final, os operários venceriam os capitalistas por serem maioria na sociedade.Em 1867 publicou Marx o primeiro volume de sua obra mais importante: O Capital. Marx reuniu documentação imensa para continuar esse volume, mas não chegou a publicá-lo. Os volumes II e III de O Capital foram editados por Engels, em 1885 e em 1894. Outros textos foram publicados por Karl Kautsky como volume IV (1904-10).O Capital foi a suprema conquista de Marx, o centro da obra de sua vida. Seu objeto era, como Marx colocou no Prefácio ao Volume I, "revelar a lei econômica do movimento da sociedade moderna". Pensadores econômicos anteriores haviam captado um ou outro aspecto do funcionamento do capitalismo. Marx procurou entendê-lo como um todo. Coerente com o método de análise e concepção de história, Marx analisou o capitalismo não como o fim da história, como a forma de sociedade correspondente à natureza humana, mas como um modo de produção historicamente transitório cujas contradições internas o levariam à queda.O Marxismo é o conjunto de idéias filosóficas, econômicas, políticas e sociais elaboradas primariamente por Karl Marx e Friedrich Engels e desenvolvidas mais tarde por outros seguidores. Interpreta a vida social conforme a dinâmica da luta de classes e prevê a transformação das sociedades de acordo com as leis do desenvolvimento histórico de seu sistema produtivo.Fruto de décadas de colaboração entre Karl Marx e Friedrich Engels, o marxismo influenciou os mais diversos setores da atividade humana ao longo do século XX, desde a política e a prática sindical até a análise e interpretação de fatos sociais, morais, artísticos, históricos e econômicos. Tornou-se base para as doutrinas oficiais utilizadas nos países socialistas, segundo os autores dessas doutrinas.No entanto, o marxismo ultrapassou as idéias dos seus precursores, tornando-se uma corrente político-teórica que abrange uma ampla gama de pensadores e militantes, nem sempre coincidentes e assumindo posições teóricas e políticas às vezes antagônicas, tornando-se necessário observar as diversas definições de marxismo e suas diversas tendências, especialmente a social-democracia, o bolchevismo e o comunismo de conselhosPara Marx, a base de cada sociedade humana é o processo de trabalho, seres humanos cooperando entre si para fazer uso das forças da natureza e, portanto, para satisfazer suas necessidades. O produto do trabalho deve, antes de tudo, responder a algumas necessidades humanas. Deve, em outras palavras, ser útil. Marx chama-o valor de uso. Seu valor se assenta primeiro e principalmente em ser útil para alguém. A necessidade satisfeita por um valor de uso não precisa ser uma necessidade física. Um livro é um valor de uso, porque pessoas necessitam ler. Igualmente, as necessidades que os valores de uso satisfazem podem ser para alcançar propósitos vis. O fuzil de um assassino ou o cassetete de um policial é um valor de uso tanto quanto uma lata de ervilhas ou o bisturi de um cirurgião. Sob o capitalismo, todavia, os produtos do trabalho tomam a forma de mercadorias. Uma mercadoria, como assinala Adam Smith, não tem simplesmente um valor de uso. Mercadorias são feitas, não para serem consumidas diretamente, mas para serem vendidas no mercado. São produzidas para serem trocadas. Desse modo cada mercadoria tem um valor de troca, "a relação quantitativa, a proporção na qual valores de uso de um tipo são trocados por valores de uso de um outro tipo". Assim, o valor de troca de uma camisa poderá ser uma centena de lata de ervilhas. Valores de uso e valores de troca são muito diferentes uns dos outros. Para tomar um exemplo de Adam Smith, o ar é algo de um valor de uso quase infinito aos seres humanos, já que sem ele nós morreríamos, mas que não possui um valor de troca. Os diamantes, por outro lado, são de muito pouca utilidade, mas tem um valor de troca muito elevado. Mais ainda, um valor de uso tem que satisfazer algumas necessidades humanas específicas. Se você tem fome, um livro não poderá satisfazê-lo. Em contraste, o valor de troca de uma mercadoria é simplesmente o montante pelo qual será trocado por outras mercadorias. Os valores de troca refletem mais o que as mercadorias têm em comum entre si, do que suas qualidades específicas. Um pão pode ser trocado por um abridor de latas, seja diretamente ou por meio de dinheiro, mesmo que suas utilidades sejam muito diferentes. O que é isso que eles têm em comum, que permite a ocorrência dessa troca? A resposta de Marx é que todas as mercadorias tem um valor, do qual o valor de troca é simplesmente o seu reflexo. Esse valor representa o custo de produção de uma mercadoria à sociedade. Pelo fato de que a força de trabalho é a força motriz da produção, esse custo só pode ser medido pela quantidade de trabalho que foi devotada à mercadoria. Mas por trabalho Marx não se refere ao tipo particular de trabalho envolvido em, digamos, assar um pão ou manufaturar um abridor de latas. Esse trabalho real, concreto, como disse Marx, é variado e complexo demais para nos fornecer a medida de valor que necessitamos. Para encontrar essa medida nós devemos abstrair o trabalho de sua forma concreta. Marx escreve: "Portanto, um valor de uso ou um bem possui valor, apenas, porque nele está objetivado ou materializado trabalho humano abstrato". Marx não estava interessado especificamente em preços de mercado. Sua meta era entender o capitalismo como uma forma de sociedade historicamente específica, descobrir o que faz o capitalismo diferente das formas anteriores de sociedade, e que contradições levariam à sua futura transformação. Marx não queria saber em que medida o trabalho formava o valor de troca das mercadorias, mas em que forma o trabalho realizava essa função e porque sob o capitalismo a produção era de mercadorias para o mercado e não de produtos para uso direto como nas sociedades anteriores. O que faz o valor de uma mercadoria? Eis uma pergunta que instigou os economistas da Escola Clássica e que levou Marx a desenvolver o conceito da “mais-valia”, que é descrita por Paul Singer no excerto abaixo:“Marx repensa o problema nos seguintes termos: cada capitalista divide seu capital em duas partes, uma para adquirir insumos (máquinas, matérias-primas) e outra para comprar força de trabalho; a primeira, chamada capital constante, somente transfere o seu valor ao produto final; a segunda, chamada capital variável, ao utilizar o trabalho dos assalariados, adiciona um valor novo ao produto final. É este valor adicionado, que é maior que o capital variável (daí o nome "variável": ele se expande no processo de produção), que é repartido entre capitalista e trabalhador. O capitalista entrega ao trabalhador uma parte do valor que este último produziu, sob forma de salário, e se apropria do restante sob a forma de mais-valia”.Na verdade, o trabalhador produz mais do que foi calculado, ou seja, a força de trabalho cria um valor superior ao estipulado inicialmente. Esse trabalho excedente não é pago ao trabalhador e serve para aumentar cada vez mais o capital. Insere-se neste ponto a questão da alienação - o produtor não se reconhece no que produz; o produto surge como um poder separado do produtor. O produto surge então como algo separado, como uma realidade soberana – o fetichismo da mercadoria. Mas o que faz com que o homem não perceba? A resposta, de acordo com Marx, está na ideologia dominante, que procura sempre retardar e disfarçar as contradições politicamente. Portanto, a luta de classes só pode ter como objetivo a supressão dessa extorsão e a instituição de uma sociedade na qual os produtores seriam senhores de sua produção.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

A sociedade em que vivemos é carente de esclarecimento

O mundo hoje esta oferecendo vários caminhos a ser seguido, mas caminhos esses que trazem felicidade passageira, um preenchimento que tende a fadar-se, o que podemos observar é que a nossa sociedade precisa urgentemente de esclarecimentos, tanto no campo da ciência como também no campo religioso.
O que esta crescendo em nosso mundo moderno é a diversidade de Igrejas que trazem cada uma o seu fundamento, pare de sofrer, entre outros mas as pessoas ficam alienadas a essas Igrejas de massa porque não tem um esclarecimento e fundamento solido na sua fé, com isso vão se acomodando e esperando que o sofrimento acabe, mas é tudo ao contrario pois sabemos muito bem que isso é só fanatismo, ou seja, um tipo de lavagem cerebral.
Mais ai é que se encontra o sentido de sermos cristãos católicos de fazer algo para que essas pessoas saiam dessa alienação, elas também tem participação na missão salvífica da Igreja. Temos o dever de passar para o povo a verdadeira fé cristã que foi instituída pelo próprio Jesus cristo, “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei minha Igreja” MT.16,18
“A Igreja não descansa enquanto não tiver feito o melhor para proclamar a Boa Nova de Jesus Salvador”(Evangelii nuntiandi , 53)
Por isso devemos buscar os meios para mostrar ao povo uma fé viva e esses meios são o testemunho de vida pois “o homem contemporâneo escuta com melhor boa vontade as testemunhas do que os mestres, se escuta os mestres, é porque eles são testemunhas”. É pelo se comportamento, pela sua doação de vida que a Igreja há de evangelizar este mundo, ou seja, mostrando o seu testemunho de vida.
Também entre outros meios temos o contato pessoal que é indispensável, porque o povo hoje sente essa necessidade de dialogo, uma necessidade de desabafar com alguém que ela se sinta acolhida e esse gesto percebemos que vem do próprio Jesus quando conversava com Nicodemos, zaqueu com a samaritana e com outro.
Temos que tomar consciência de que não estamos mais no período em a religião Católica estava no “auge” mas colocar na mente que estamos em um mundo diversificado onde cada um quer criar um tipo de “Deus” para saciar sua necessidade, o povo esta em busca da verdade por isso se utilizam dos meios que tem, este é o momento de avançar-mos para as águas mais profundas e mostrar que somos evangelizadores pelo amor, pelo esforço para que seja transmitida a sociedade a certeza que eles precisam para a sua vida cristã.
Deus não é elástico para que em todo lugar seja fundada um seita, sem um fundamento apostólico, e sim esta tornando o nome de Deus em meios de sobrevivência.
Luiz Fernando

A GRANDE LIÇÃO QUE O SOFRIMENTO PODE NOS OFERECER

No decorrer de toda a sua existência, o homem passa por momentos áridos de sofrimento e angústia. A filosofia e a psicologia, por muitas vezes, se debruçaram sobre tais assuntos, e muitas vezes chegaram ao ponto de afirmar que toda a vida humana é um enjôo, um sofrer contínuo. Essa tese filosófica pode ser observada dentro da perspectiva antropológica do pessimismo, que leva o homem a negar a existência de Deus e, conseqüentemente, mergulha na alienação.
A palavra da Igreja sobre este tema é mergulhada de profundo sentido e espiritualidade. Na sua recente encíclica denominada “Spe Salvi”, o Papa Bento XVI tece para a Igreja uma reflexão baseada na relação existente entre sofrimento e esperança. Diz-nos o Papa, que o sofrimento faz parte da existência do homem, e é derivado da nossa limitação e das nossas culpas. Assim sendo, podemos limitar os sofrimentos, mas não cancelá-los, já que esta anulação poderia levar-nos a uma vida vazia, onde experimentaríamos uma sensação de falta de sentido e de solidão.
É comum vermos em nossa sociedade, mesmo em templos que se denominam cristãos, uma falsa afirmação: “Pare de sofrer!” Prometendo desta forma uma vida absolutamente fácil e livre de toda forma de sofrimento espiritual e principalmente físico.
Assim, nos encontramos em um paradoxo: de um lado aqueles que, acompanhados de uma filosofia pessimista, têm o sofrimento como algo natural e, ao mesmo tempo, angustiante, com características masoquistas; mas também aqueles que pregam a teologia da prosperidade, certificando uma vida bem-sucedida e fácil, contrariando, assim, os ensinamentos e o exemplo do próprio Jesus, que não hesitou padecer sofrimentos para a nossa redenção. Ambos os lados correm os riscos de caírem no vazio preconizado pelo Papa.
É, pois, muito fácil, em meio a tantas formas de violências e sofrimentos, pregar um ‘niilismo teofânico’ em um mundo tão desiludido, bem como, também é muito fácil prometer um “deus” que se adeqüe às nossas necessidades. No entanto, esta não é melhor saída!
São Paulo, em sua carta aos Colossenses, nos diz: “Completo na minha carne o que falta aos sofrimentos de Cristo pelo seu corpo, que é a Igreja” (Cl 1, 24), mostrando que os nossos sofrimentos devem ser adicionados, como um complemento, às dores de Cristo. Essa soma de sofrimentos a Cristo é dada mediante a fé.
É também através dos sofrimentos que nos unimos a Cristo e consolamos as angústias dos outros, dando um novo teor para as angústias vividas pela humanidade, pois, conforme o exemplo do Senhor, a Cruz antecede a sua Ressurreição.
Que todos nós, em nossos sofreres cotidianos - grandes ou pequenos - saibamos reconhecer o exemplo do Servo Sofredor (cf. Is 53, 2-6) e repousemos em seu coração, carregando as nossas “cruzes” repletos de esperança, só desta forma venceremos as nossas angústias: em união com Cruz de Cristo.


Seminarista Everson Fontes Fonseca, Arquidiocese de Aracaju

Hegel quer dizer que o senhor não é senhor "em-si"

O Reconhecimento do outro atraves do “eu”
Buscar a morte do outro implica em arriscar a própria vida. Só arriscando a própria vida é que se conquista a liberdade. Só assim é que alguém se assegura de que a natureza da consciência de si não é o ser puro, não é a forma imediata de sua manifestação, não é sua imersão no oceano da vida. O indivíduo que não arriscou sua vida pode certametne ser reconhecido como pessoa, mas não atingiu a verdade desse reconhecimento como consciência de si independente.
O senhor é a consciência que é por si mesma, mas essa consciência, aqui, está além de seu puro conceito: ela é consciência para-si que é mediada consigo mesma por uma outra consciência, notadamente por uma consciência cuja natureza implica no fato de ela estar unida a um ser independente ou às coisas em geral. O senhor está em relação com esses dois momentos: com a coisa enquanto tal, objeto do apetite, e com a consciência cujo caráter essencial é a coisa externa. Uma vez que o senhor, enquanto conceito da consciência de si, é relação imediata do ser para-si, mas é simultaneamente mediação, em outras palavras, um ser para-si que só o é por meio do outro, ele se relaciona imediatamente com os dois e imediatamente com cada um por intermédio do outro. “O senhor tem, com o escravo, uma relação mediata em virtude da existência independente, pois é precisamente a ela que o escravo está preso, ela é sua cadeia e da qual não pode se desprender na luta, o que o levou a mostrar-se dependente, posto que possuía sua independência numa coisa externa”. Quanto ao senhor, ele é a potência que domina esse ser externo, pois provou na luta que o considera como puramente negativo; uma vez que ele domina esse ser e que esse ser domina o escravo, o senhor também o domina. Desse modo o senhor se relaciona com a coisa por mediação do escravo; este último, enquanto consciência de si, relaciona-se negativamente com a coisa e a ultrapassa; mas ao mesmo tempo a coisa é para ele independente e o escravo não pode, por meio de sua negação, chegar a suprimi-la; ele só faz trabalhar.
Em compensação, para o senhor, graças a essa mediação, a relação imediata torna-se a pura negação da coisa ou o seu gozo; aquilo que o apetite não conseguiu, ele o consegue; domina a coisa e se satisfaz na fruição. O apetite não chega a isso por causa da independência da coisa; mas o senhor, ao colocar o escravo contra ela e si próprio, só entra em contato com o aspecto dependente da coisa, fruindo-a puramente; deixa o aspecto independente da coisa para o escravo que a trabalha.
Hegel examina a relação de dois "eu" e a relação de cada eu com sua própria vida. O "senhor", aquele que é vitorioso no combate, aceitou arriscar a vida. Por conseguinte, ele é mais do que ela, por sua coragem colocou-se acima dos objetos comuns da necessidade e da existência empírica. O vencido, aquele que se rendeu, tem medo de perder a vida. Por conseguinte, ele é, de início, escravo da vida e de seus objetos empíricos. Torna-se tembém escravo do senhor que o conserva a fim de ler em seu olhar temeroso e submisso o reflexo de sua vitória, a fim de se fazer reconhecer como consciência.
Hegel quer dizer que o senhor não é senhor "em-si", mas por meio de uma mediação, isto é, uma relação. O senhor se define por sua relação com o escravo (e por sua relação com os objetos que depende, ela própria, da relação com o escravo). No ponto de partida, o senhor domina os objetos da necessidade, posto que no campo de batalha ele se mostrou corajoso, superior à sua vida, portanto, aos objetos das necessidades. Secundariamente, o senhor domina os objetos por mediação do escravo que trabalha, isto é, que transforma os objetos materiais em objetos de consumo e de fruição para o senhor.
Luiz Fernando

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

SALTO DA FÉ

*Por Manoel R. Pessoa Filho

A Teoria de Soren Kierkegaard sobre o “Salto da Fé” leva muita gente que ler filosofia e teologia a refletir esse grau de saída, de solução de inúmeros teoremas existências irresolutos, tipicamente a famosa “angustia” existencial com a qual a humanidade lida desde a gênese criacionista, desde que o ser humano indagou-se a si mesmo.
Na sua ótica o homem se reconhece finito enquanto parte e instante da realização de uma totalidade infinita que se satisfaz na infinitude. A consciência se colocando perante a isso e a seu destino, uma hora ou outra se angustiará, e claramente nenhuma matemática ou vacina pode lhe salvar, a não ser que se abra à fé, condão da existência, um “modo de existir”, assertiu o filósofo. Por conseguinte quando o homem ou mulher tem medo de escolher diante de um leque de possibilidades e de pecar contra Deus, a única saída capaz de amortecer antropológico-metafisicamente, o chá de “ambrósio”, é o Salto da Fé. Premissa esta que indica “passagem qualitativa”, brusca e sem mediação de uma categoria para outra ou de uma forma de vida para outra, da vida ética para a vida religiosa, de um estado de pecado para o plano subjetivo-místico da fé.
O próprio Kierkegaard na sua egrégria obra “Temor e Tremor”, ilustrou filosoficamente que o primeiro patriarca do povo de Israel, na passagem da razão para fé, esta que é transmitida de geração a geração, acentua o paradoxo existente, um dilema: obedecer à ordem divina (ganhar a posteridade), ou desobedecer a mesma, o que acarretaria com sua descendência, uma vez que matasse seu filho Isaac poderia torná-lo indigno de uma nação prometida, e ganharia apenas a vida., sem possuir argumentos capazes de justificar o ato sacrifical à luz da ética humana.
Sabe-se que a fé reúne a meditação e o êxtase, a busca interminável e a visão instantânea da Verdade. A crença, portanto, é agarrada da angústia, o temor de Deus é agarrado do tremor, naturalmente. Abraão de modo aparente possuía , por assim dizer, uma “cegueira santa”, que o salva das dúvidas, no labor e confiança, não na postura de herói trágico que se confia em si mesmo somente e é recompensado nesse solo transitório, mas como ginete da fé, resignado ao infinito, cultivando um silêncio fecundo, “inerme em opinar” e sua obediência ao seu Deus, no clímax de decisão, transcendeu a estética (não se estreitou a falatório ou vaidades ou a ideia de indivíduo que salva...), transcendeu a ética (a idéia do coletivo que salva) e deu seu salto, nada no vazio, na escuridão, reconheceu-se e reconheceu a potência de seu Deus na conseqüência de sua obediência.
Indubitavelmente ele temeu e também tremeu algo que é fruto das paixões humanas e da natureza insuficiente humana. Contudo a mais alta paixão de todo ser humano, a fé, é infalível e nada teme. Pode se dizer que com isso houve um recomeço, um reacender das chamas de sua consciência diante do Absoluto, para e com. Por fim, a fé é equivalente a salto. Ele não optou pelo infinito, o que é imortal.
Acadêmico do curso de Filosofia do Seminário Maior Nossa Senhora da Conceição. Artigo proveniente das aulas de História da Filosofia IV, do profº Pe. Genivaldo Garcia. É um trabalho sem fins avaliativos.